sexta-feira, 25 de julho de 2008

brilhante César Peixoto


À boleia do tricampeão em direcção à Europa


O maior beneficiado da guerra jurídica lançada por Benfica e V. Guimarães contra o FC Porto na UEFA e no Tribunal Arbitral do Desporto foi, até agora, o Sp. Braga. No ano em que aposta mais forte desde a separação de Jesualdo Ferreira, o clube do Minho já acolheu um dispensado de luxo do tricampeão nacional, como é Alan, e pode vir a receber outro, no caso Renteria. Se juntarmos a esses nomes o plantel que já existia no Minho, a capacidade de movimentação de Carlos Freitas no mercado e a habilidade para descobrir jogadores de Jorge Jesus, podemos bem dizer que o Sp. Braga pode fazer nesta Liga o que o V. Guimarães fez na última: intrometer-se entre os grandes.
Da época passada transitam alguns valores seguros. Ainda que só 13 dos 29 jogadores usados na última temporada pelos três treinadores ao serviço de António Salvador tenham passado para o actual plantel, entre eles estão elementos com provas dadas, como o lateral João Pereira, já campeão nacional pelo Benfica; o instável mas por vezes brilhante César Peixoto, que ajudou o FC Porto a vencer três campeonatos, uma Taça UEFA e uma Liga dos Campeões; Linz, letal jogador de área que fez 16 golos entre a Liga e a UEFA; ou ainda o promissor Stélvio e o já muitas vezes cobiçado Rodriguez. Outros, como Madrid, Frechaut e Vandinho, procuram recuperar o fulgor de há algumas épocas, ao passo que por exemplo Matheus só precisa de se lembrar dos onze golos que fez em meia temporada no V. Setúbal, antes de se apagar no regresso ao Braga e à sua rotação acelerada de treinadores.
Ora a esta base o Sp. Braga juntou excelentes jogadores, quase todos recrutados no mercado interno, para se correrem menos riscos. Eduardo, uma das bases do sucesso de Carvalhal em Setúbal, voltou para se ocupar pela primeira vez das balizas do seu clube, sete anos e meio depois de se ter estreado na equipa B. Moisés, velho conhecido de Carlos Freitas - que o trouxe para o Sporting há anos, vendo o negócio gorar-se por causa de um castigo da FIFA ao jogador - chega do Boavista e passa a ter a companhia de André Leone, seu colega no Cruzeiro campeão mineiro em 2006. Evaldo, sólido lateral esquerdo que falhou apenas quatro jogos do Marítimo nos últimos três anos, pode completar a defesa com qualidade. Luís Aguiar, a principal inspiração ofensiva na segunda metade da época da Académica, durante a qual fez seis assistências, trará capacidade para o último passe, em bola corrida ou parada. Alan, autor de cinco passes para golo na caminhada do V. Guimarães até ao terceiro lugar, ajudará a dar largura ao jogo, factor em que será certamente ajudado pelo mais móvel dos avançados, seja ele Paulo César (cinco golos e uma assistência na U. Leiria), Mossoró (sete golos e dois passes decisivos no Marítimo) ou mais alguém que possa chegar.

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